domingo, 12 de dezembro de 2010

Utilização do estereomicroscópio na Embriologia, na Histologia e na Biologia Celular

Hello... tudo bem?

Vou falar algumas utilidades do estereomicroscópio na Embriologia, na Histologia e na Biologia Celular, mostrando algumas imagens...

O estereomicroscópio é utilizado como base dos estudos em ambos os casos. Ele é de suma importância e não existe laboratório que se preze sem um aparelho deste. Hoje, se fala muito de microscópio óptico e eletrônico e se esquecem do estereomicroscópio (lupa).

Pesquisei alguns trabalhos que julguei importantes, um em cada area: Embriologia, Histologia e Biologia Celular.

No trabalho SUPERFÍCIE OVOCITÁRIA E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE QUATRO ESPÉCIES DE PEIXES DE INTERESSE COMERCIAL DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO que tem como objetivo analisar comparativamente superfície ovocitária, resíduos de açucares terminais de estruturas ovocitárias, e a morfogênese durante embriogênese e ontogênese larval de B. orthotaenia, L. obtusidens, P. argenteus e S. brasiliensis, peixes de interesse comercial da bacia do rio São Francisco. Foi na parte da embriogênese e da ontogênese larval que o estereomicroscópio (lupa) foi usado para monitorar a reabsorção do saco vitelínico.

Em um trabalho que fala sobre desenvolvimento inicial  a lupa teve um papel importante, você não acha???

Já no trabalho que fala sobre Craniofaringioma adamantinomatoso na parte da Histologia e Biologia Celular (estudo dos tecidos com suas células cancerosas) o uso do estereomicroscópio também é de suma importância. Através dele foi possível averiguar algumas características da doença e tirar fotos para ajudar no estudo do caso.

Mas vocês sabem o que é craniofaringioma adamantinomatoso?

Craniofaringiomas são tumores epiteliais praticamente restritos à região selar e IIIº ventrículo. Constituem 2 a 5 % dos tumores intracranianos e 10 % dos tumores intracranianos não neuroepiteliais de crianças. Incidência anual de 0,5 a 2,5 casos novos por milhão. O tipo clássico ou adamantinomatoso é cerca de 10 vezes mais frequente que a variedade escamopapilar. O primeiro afeta mais crianças, o segundo ocorre só em adultos. Ambos recebem grau I da OMS. Os sintomas e sinais mais comuns devem-se à hipertensão intracraniana, distúrbios visuais, e alterações hormonais devidas à lesão do hipotálamo e hipófise. 

 

Macro: craniofaringioma adamantinomatoso preenche a região supraselar, mostrando uma superfície irregular com o cérebro em volta, desloca e adere-se a nervos e vasos. Internamente, há grande variedade de aspectos, incluindo cistos, calcificações, restos necróticos e tecido fibroso. Líquido encistado é caracteristicamente comparado a ‘óleo de máquina’, espesso, amarelado, oleoso, e contém abundantes e minúsculos cristais brilhantes de colesterol. Contaminação espontânea ou intraoperatória das meninges com este líquido pode causar intensa meningite química. A chamada ‘queratina úmida ou molhada’ (‘wet keratin’) (abaixo) aparece macroscopicamente como pontos ou manchas brancacentas, que freqüentemente calcificam e podem ossificar.


Craniofaringioma adamantinomatoso. 
1. Macro, com fotos em estereomicroscópio. 

Fotos obtidas em lupa estereoscópica.  Peças fotografadas com câmara Canon PowerShot G5 acoplada a estereomicroscópio Zeiss, usando resolução de 5 megapixels (2592 x 1944),  posteriormente reprocessadas para apresentação na largura de 820 pixels (melhor configuração do monitor: 1024 x 768 pixels) . 
Fotógrafo : Sr. Adilson Abílio Piaza, do Depto de Anatomia Patológica, Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. 


Fragmento maior, de superfície externa lisa, com vasos.


Superfície de corte paralela ao plano da foto acima, mostrando o caráter altamente heterogêneo do tecido, alternando áreas mais frouxas e gelatinosas com outras mais densas e esbranquiçadas. Para aspecto histológico.




Superfície de corte mostra, na parte inferior,  tecido acinzentado homogêneo, com cistos e pontos brancos, estes provavelmente correspondendo a células fantasma, calcificadas ou não. 
Na parte superior da foto, o aspecto é heterogêneo, com mais grânulos calcificados. 





Pequenos cistos, com corpúsculos esbranquiçados projetando na superfície (provavelmente células fantasma), eram  proeminentes. 




Fragmento médio, densamente calcificado, com superfície externa irregular e granulosa, resistia ao corte com faca.  Para aspecto histológico após descalcificação.








Espécime.
Foram recebidos três fragmentos. 
O de tamanho intermediário, mais branco, era densamente calcificado. 
O fragmento maior foi fotografado em três faces, uma irregular e fragmentada, as outras lisas e homogêneas, que julgamos constituir a superfície externa do tumor. 


Fragmento maior,
fotografado em 3 faces. 
Na histologia era constituído por craniofaringioma adamantinomatoso com feições clássicas.




Fragmento médio,
de consistência dura. 

Após descalcificação, os cortes revelaram um misto de células fantasma calcificadas e tecido ósseo lamelar

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